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Uma joia maçônica encontrada

Confira nesse texto o encontro de um historiador com uma joia preciosa e necessária à maçonaria brasileira.

O objeto de estudo do Historiador, é o homem no tempo, mais precisamente no passado(Bloch). Ou seja, não temos acesso direto ao nosso objeto de estudo. Por este motivo é que recorremos as fontes, que são essenciais para nosso trabalho.

O projeto Maçonaria Tupiniquim nasceu da necessidade de investigação do passado de forma mais apurada sobre a instituição Maçonaria, pois a história e historiografia sobre, eram quase sempre feitas forma amadora, ou com poucos recursos, ocasionando em uma história fragmentada, e muitas vezes fantasiosas.

Exemplo de modelo tipográfico que utilizei para decifrar um ritual francês manuscrito do século XIX.

Por este motivo, muitas vezes recorro a fontes primárias, para de forma profissional, extrair e analisar dados e consequentemente trazer mais luz a história da instituição. As fontes primárias, muitas vezes são manuscritas, e nem sempre estão bom estado de conservação. Quando impressas, não raro encontrar com borrões oriundos de impressões antigas, tornando difícil sua leitura. Por este motivo, utilizamos muitas técnicas para decifrar os “garranchos”, como por exemplo, desenvolver modelos tipográficos do documento em questão.

No Brasil, existem também, os documentos “pernas-de-cobra”, que ninguém (ou quase ninguém) viu, mas já ouviu falar. Dentre esses, um muito popular e raro chamado “Livro de ouro do Grande Oriente do Brasilico”, contendo as 19 atas de reuniões, desde a fundação, até um pouco antes do encerramento das atividades desta obediência.

Esta fonte, é citada de forma recorrente por grandes nomes que escreveram sobre História da maçonaria, como José Castellani, que inclusive tem um resumo das 19 atas, que vira e mexe encontro nos repositórios de PDF da vida.

Mas as atas em si, que são providenciais para se entender o princípio da maçonaria no Brasil, é coisa rara. Daí, é que “numa” conversa despretensiosa sobre os documentos em questão com meu amigo e Irmão Almir Santa’Anna Cruz, ele me contou que transcreveu todas as 19 atas em seu livro “A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil”. Antes de eu conseguir pedir, ele me enviou um exemplar. Quando o livro chegou, me adiantei para ler, e o que seria uma meta tímida de páginas, tornou-se uma fixação até o término. Não só por conta das atas, mas porque o Almir faz uma ótima introdução, enxuta e sem muitas firulas.

As atas em si, tiveram a grafia atualizada, além de inserção de parênteses explicativos acerca dos personagens constantes, já que os seus nomes eram ocultados sob pseudônimos, e quando necessário, entre os documentos, contém explicações muito pertinentes acerca do cenário histórico.

Bem, resumindo, o livro funciona como fonte primária e secundária, poupa tempo do pesquisador em decifrar garranchos, lidar com borrões e deslocamento até um arquivo físico, prestando um grande serviço aos estudiosos da história da maçonaria. Uma verdadeira joia maçônica encontrada em um livro atual.

Este post não é patrocinado, mas se você se interessar pela obra em questão, como se trata de uma autopublicação, pode entrar em contato direto com o autor para fazer o pédido no celular (21) 99568-1350.

Por Cloves Gregorio

Cloves Gregorio, 35 anos, casado com a senhora Gislene Augusta, Pai do Menino Átila, Historiador e Professor, Venerável Mestre de Honra (Past) da ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21 Jurisdicionada ao GORJ, Filiada a COMAB. Na Obediência já exerceu os cargos de Grande Secretário Adjunto de Cultura e Ritualística e Grande Secretário Adjunto de Comunicação e Informática.

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