Categorias
Projeto Jovem Maçom

USOS E COSTUMES: A multiculturalidade em nossas fileiras

Quando iniciamos na maçonaria, quase sempre sabemos pouquíssimo do que se trata a fraternidade, isso não é um problema em si, pois muitas vezes quem indicou o jovem maçom, enxergou nele qualidades inatas em consonância com a fraternidade, ou que poderão ser desenvolvidas tendo como base a moral e o intelecto…

Quando iniciamos na maçonaria, quase sempre sabemos pouquíssimo do que se trata a fraternidade, isso não é um problema em si, pois muitas vezes quem indicou o jovem maçom, enxergou nele qualidades inatas em consonância com a fraternidade, ou que poderão ser desenvolvidas tendo como base a moral e o intelecto. Até os que já conhecem algo sobre a maçonaria de forma pregressa iniciam sem saber da multiculturalidade de ritos que existem em nossa fraternidade.

Para quem acaba de iniciar, a maçonaria se resume aquela determinada reunião. Muitos já se sentem confiantes os suficientes para estampar o compasso e o esquadro no carro, ou usar um anel digno de um bicheiro[1], sem saber que naquela reunião existem camadas e mais camadas de informação, e não apenas simbólica. Pior, basta uma pergunta mais aprofundada para que algum mestre maçom mais antigo na fraternidade dispare “O que você precisa saber estar no ritual, ou dentro da loja.” o que não é uma verdade.

A primeira a saber é o “eixo” a que obediência pertence: Tradicional ou Liberal. Isso definirá as relações diretas daquela comunidade maçônica. No Brasil existem as duas vertentes. Depois é bom saber a que Loja e Obediência você está fazendo parte e se ela está filiada a vertente regular expressada através das três organizações brasileiras a nível nacional, Confederação Maçônica do Brasil (COMAB), Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB) e Grande Oriente do Brasil (GOB). E não paramos por aí.

O ensinamento maçônico é transmitido através de tradições, que são expressas em ritos, e aqui no Brasil existe uma pluralidade grande quando se fala em graus simbólicos (Os três primeiros da jornada, que são: Aprendiz, Companheiro e Mestre.). Estão entre os ritos praticados: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Brasileiro, Rito Adonhiramita, Rito Moderno ou Francês, Rito Schröder, Rito Escocês Retificado, Rito de York ou americano e a tradição inglesa através do Ritual de Emulação, e outros mais.

Então quando você inicia na maçonaria você tem contato com um Rito, uma Loja, uma Obediência, Leis, Regulamentos e diversos irmãos, além de vasta literatura e conhecimentos acessíveis a um clique, como por exemplo esse pequeno artigo. Então não, o que você precisa saber não está apenas dentro do seu ritual ou da sua Loja. Reconheço que há uma gama grade de conhecimentos a serem adquiridos, e que nem sempre o que está disponível são estudos fidedignos. Por isso o ideal é que um maçom experiente seja o seu mentor, indicando textos, livros, artigos, filmes e tudo que possa ser transmitido, e não te limitando apenas ao básico.


[1] Profissional do jogo do bicho, prática de contravenção que consiste em um jogo de azar (ou sorte) onde se aposta dinheiro em números que simbolizam animais. Esses contraventores são estereotipados com grandes cordões e anéis de ouro.  

Por Cloves Gregorio

Cloves Gregorio, 35 anos, casado com a senhora Gislene Augusta, Pai do Menino Átila, Historiador e Professor, Venerável Mestre de Honra (Past) da ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21 Jurisdicionada ao GORJ, Filiada a COMAB. Na Obediência já exerceu os cargos de Grande Secretário Adjunto de Cultura e Ritualística e Grande Secretário Adjunto de Comunicação e Informática.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *