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História da Maçonaria Geral

Uma possível explicação para a popularização das Lojas Escocesas na França

Na minha publicação anterior (Um passeio pela origem do REAA no Brasil), eu cheguei a comentar sobre a rápida popularização das Lojas Escocesas na França. Mas por que essas lojas se popularizaram mais rápido que rastilho de pólvora? Tentando entender melhor sobre o Rito que pratico (REAA), recentemente adquiri um exemplar do “The ‘Standard’ Ritual of Scottish Freemasonry”, que para minha surpresa em quase nada se assemelha com o Ritual do REAA que eu pratico (Rs), mas traz luz ao assunto proposto. Segue abaixo parte do texto de introdução desse ritual, escrito pelo Irmão Robert L D Cooper, curador do “The Grand Lodge of Scotland Museum and Library”, do qual eu friso que não será revelado qualquer segredo do mesmo, apenas parte da história da formação da Grande Loja da Escócia.

“Não existe tal coisa como um ‘padrão’ para um ritual escocês. Esta é a consequência das circunstâncias incomuns que cercam a fundação da Grande Loja da Escócia em 1736. Quando quatro lojas em Edimburgo consideraram necessário ter uma grande Loja, como já existiam em Londres (1717) e em Dublin (1725), os métodos utilizados para estabelecer a Grande Loja de Inglaterra foram seguidas rigorosamente. No entanto, havia mais de 100 lojas na Escócia no momento. O número de lojas provavelmente veio como uma surpresa para aqueles em Edimburgo, que tinham a intenção de organizar uma Grande Loja. As circunstâncias que cercam a formação da Grande Loja da Escócia foram discutidas em outros lugares e não precisam ser repetidas em detalhes aqui. Basta notar que das 100 ou mais lojas, apenas 21 delas eventualmente apoiaram a criação de um novo organismo. Em parte, porque muitas lojas eram independentes há muitos anos e não viam razões para perder essa liberdade. Para complicar ainda mais a formação desse novo corpo (Grande Loja), a grande maioria dessas lojas eram de Maçons que trabalhavam na pedra (Operativos), e não a nova modalidade ao estilo das lojas maçônicas que funcionavam sob a égide de uma Grande Loja, assim como a da Inglaterra criada em 1717.

Em um esforço para induzir as lojas independentes para se juntar ao “novo sistema maçônico” dirigido pela Grande Loja da Escócia, esta concorda em não interferir com os hábitos e práticas locais (que são frequentemente diferentes de loja para loja, que pode se estender até outras lojas que se encontram no mesmo edifício) assegurando essas diferenças distintivas, o que torna a tradição maçônica escocesa única. (…)”

Esse texto corrobora com ideia de que os imigrantes Escoceses e Irlandeses que viriam a fundar a Grande Loja dos Antigos em 1751 na Inglaterra eram os verdadeiros detentores dos antigos mistérios, mesmo porque os Antigos eram os únicos que tinham relações com a Grande Loja da Escócia.

E o que o texto e os fatos apresentados acima têm haver com a popularidade das Lojas escocesas na França? Se vocês levarem em consideração que os rituais dos antigos já se diferenciavam bastante entre si e os modernos, imagina o quanto era diferente dos Rituais praticado pelos franceses (diferentões da época), desse modo por praticarem uma forma diferente de maçonaria, presumo eu que esta vertente caiu no gosto popular do francês.

Bibliografia
Site Bibliot3ca. Disponível em: https://bibliot3ca.wordpress.com/a-historia-extraordinaria-do-rito-escoces-antigo-e-aceito. Acesso em Jul. 2016.
The “Standard” Ritual of Scottish Freemasonry – Tradução Livre. 2014.

Por Cloves Gregorio

Cloves Gregorio, 35 anos, casado com a senhora Gislene Augusta, Pai do Menino Átila, Historiador e Professor, Venerável Mestre de Honra (Past) da ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21 Jurisdicionada ao GORJ, Filiada a COMAB. Na Obediência já exerceu os cargos de Grande Secretário Adjunto de Cultura e Ritualística e Grande Secretário Adjunto de Comunicação e Informática.

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